Prefiro alguém que entenda das “coisas do mundo”
Foi assim que um amigo definiu qual o critério adotado por ele para selecionar os candidatos.
– Prefiro alguém que entenda das “coisas do mundo”, afirmou ele.
Mas, o que ele quis dizer com as tais coisas do mundo? Você tem algum palpite?
Bom, vou explicar o contexto. Ele me contava sobre as vagas abertas na empresa e a dificuldade deles em recrutar candidatos alinhados com o perfil das oportunidades.
– Não faltam bons currículos, profissionais com diplomas em instituições reconhecidas etc., mas para nós, o importante é como cada candidato se posiciona. Não precisamos de muito tempo para avaliar a forma de se expressar, demonstrar interesse e conseguir conectar as experiências passadas com as habilidades aprendidas.
Na prática, ele estava falando sobre algo cada vez mais importante na construção da carreira: experiências + habilidades.
Experiências moldam nossa visão de mundo, criam repertório e nos ajudam a desenvolver ou aprimorar nossas habilidades. E essas habilidades, as tais coisas do mundo, não se refletem no diploma.
- Saber se expressar.
- Ter curiosidade.
- Escutar com presença.
- Interagir com pessoas.
- Ter clareza ao expressar uma ideia.
Isso tudo se aprende… vivendo. Fazem parte da inteligência emocional e racional que faz de nós humanos. Não tem IA para isso.
Você pode ter feito uma excelente graduação, acumulado as melhores notas, formatado um currículo perfeito com ajuda do ChatGPT mas, se não souber conviver, improvisar e resolver problemas em ambientes reais, sua jornada profissional será bem mais difícil.
Não devemos subestimar as experiências reais, que incluem derrotas, tentativas, perdas, suor, luta, sonhos e conquistas.
As coisas do mundo são aquelas que você só aprende fazendo (o “learn by doing”). Elas não cabem num slide ou em um currículo de uma ou duas folhas.
- Saber se comunicar com clareza.
- Conseguir trabalhar com pessoas de diferentes idades, culturas, idiomas e visões de mundo.
- Expressar suas ideias levando em conta o ponto de vista do outro.
- Escutar com presença.
- Ser agradável.
- Ter criatividade para propor soluções.
- Autonomia para tomar decisões.
- Capacidade de resolver problemas.
- Ter coragem e interesse em aprender… sempre.
Essas habilidades, chamadas de “comportamentais”, são o núcleo da empregabilidade no novo mundo do trabalho.
E elas não se aprendem de uma vez sentado em uma sala de aula ou na frente da tela do celular. São construídas, lapidadas e testadas no campo de batalha do cotidiano.
Minha conversa com esse amigo me lembrou de uma entrevista com o brilhante publicitário Washington Olivetto, que assisti muitos anos atrás.
Ele dizia que ao selecionar um candidato para as empresas do grupo, ele valorizava os livros que o candidato havia lido, filmes assistidos e experiências pessoais (não somente profissionais) vividas. A visão do Olivetto já antecipava uma tendência que vem se tornando a prática no novo mundo do trabalho.
Formação acadêmica importa, inglês importa, mas entender as coisas do mundo é o que realmente fará diferença na sua carreira.
Quer aprender a desenvolver essas habilidades e construir uma carreira alinhada com o que o mercado global busca?
No meu livro Global Workers: Escolha seu melhor futuro, compartilho o passo a passo para você se preparar para as oportunidades do novo mundo do trabalho.