Steve Jobs, ao lado de Steve Wozniak, na famosa garagem da casa dos pais de Jobs em Los Altos, Califórnia.
Viva com flexibilidade de tempo e liberdade geográfica. Seja o seu próprio chefe.
Viva com flexibilidade de tempo, liberdade geográfica, seja dono do seu próprio negócio e leve uma vida de bilionário (a).
Você já deve ter escutado essa promessa várias vezes nas redes sociais de influenciadores de sucesso. São perfis que ostentam vidas recheadas de festas, viagens paradisíacas, passeios de iates e isso tudo durante a nossa manhã de trabalho em um dia normal da semana.
Os posts vêm sempre acompanhados de um CTA. Ou seja, um botão que vai te levar para um curso onde você vai aprender como largar sua vida de empregado (nesse caso, pouco importa se CLT ou PJ), para viver o maravilhoso mundo do empreendedorismo.
Uns são mais provocativos que outros, chegando a debochar de quem trabalha em empresas, mas o fato é que a promessa fascina, especialmente universitários e profissionais em início de carreira.
Não se trata de julgamento de valor dos influenciadores, de seus estilos de vida, muito menos do que eles oferecem. Quero apenas trazer a minha experiência para ajudar você em um tema que não só vivenciei, mas também costumo debater em mentorias.
Para isso, vou trazer uma conversa que tive semana passada com um amigo que me contava como ele começou sua empresa de sucesso na área de tecnologia. Dez anos atrás, ainda como funcionário de uma grande empresa, ele percebeu uma dificuldade em um processo interno e resolveu propor uma solução para seus líderes, que não se interessaram ou até o fizeram desistir do projeto.
A resposta que ele escutava era sempre a mesma: “isso não é prioridade para a empresa”.
Até que um dia, ele decidiu deixar a empresa e criar seu próprio negócio como solução para esse problema que se repetia em várias outras empresas de diferentes segmentos. A empresa cresceu exponencialmente e hoje se tornou um dos maiores players de bigdata do país. Esse é um caso real e recorrente entre ideias que surgiram de dores do mundo corporativo e que se tornaram empresas de sucesso.
Aqui está o ponto de inflexão: novos negócios não surgem de um “momento eureka” enquanto assistimos a um reels ou estamos sentados no sofá filosofando sobre o capitalismo. O mito da ideia genial que nasce de uma garagem na Califórnia precisa ser visto com ressalvas. Essa é uma narrativa romantizada que não retrata a realidade de quem empreende no Brasil.
A verdade é que muitas ideias morrem na nossa mente. E outras tantas que nascem e, infelizmente, fracassam nos primeiros meses, em geral, carecem de conhecimento de mercado, de experiência do empreendedor e de problemas na execução.
É por isso que os melhores empreendedores que conheço foram, antes de tudo, profissionais dedicados, que viveram o dia a dia das empresas e entenderam na prática as dores de um setor ou de um processo. Depois, com coragem e preparo, criaram soluções, a partir de algo onde havia uma necessidade ou poderia ser feito melhor.
Por isso, quando me perguntam: “Gustavo, o que você acha que devo fazer da minha vida? Me preparar para ser um global worker ou empreender?” Minha resposta é: não são caminhos excludentes.
Se você sente que carrega essa veia empreendedora, mas ainda não sabe por onde começar, aqui vai meu conselho: viva o mundo do trabalho primeiro. Observe, aprenda, experimente, ouse e execute!
Empreender é criar soluções reais para problemas concretos. E nada ensina mais sobre isso do que estar em ação, vivendo o dia a dia corporativo.
Apenas tenha em mente um aprendizado importante. Um empregado pode se tornar empreendedor a qualquer momento, mas começar a vida profissional empreendendo para mais tarde querer entrar para o mundo corporativo, pode ser tarde demais.
E você, já viveu esse dilema?
Falo sobre esse e outros temas no livro “Global Workers: Escolha seu melhor futuro”. Se quiser entender melhor como desenhar a sua carreira — seja como global worker ou empreendedor —, meu livro pode te ajudar.