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Se você pudesse desenhar, do zero, o emprego dos seus sonhos... como ele seria?

Pense por um instante de forma concreta. Você teria liberdade geográfica e flexibilidade de tempo? Mas, como? E o salário, quanto seria? Trabalharia 100% de casa ou gostaria de ter um espaço para ir algumas vezes na semana? De que país seria essa empresa? Você gostaria de poder viajar com frequência?

Recentemente, em uma das minhas turmas de mentoria, dividi os participantes em dois grupos.

Para o primeiro grupo, pedi o seguinte: “Quero que vocês pesquisem e me descrevam o emprego ideal.” A vaga “barbie dream”, como se diz em inglês. Valia tudo. Sugeri que fizessem uma lista com todas as características importantes para o grupo, como salário, setor, tamanho da equipe, nível de autonomia, rotina de trabalho, frequência de viagens, possibilidade de se mudar para outros países etc.

Para o segundo grupo, propus algo diferente: “Quero que vocês comecem a aplicar para o maior número possível de vagas que estejam dentro do perfil de vocês.” Recomendei que utilizassem o que haviam aprendido nas primeiras etapas do Método Gworker. O que absorveram na fase da descoberta sobre o mercado de carreiras globais e onde as habilidades de cada um se encaixavam ou precisavam ser aprimoradas; e na fase da construção da narrativa pessoal para elaboração do currículo e preparação para entrevistas. Pedi que fossem estratégicos, e ao mesmo tempo proativos. A missão era testar o mercado, observar o que funcionava e seguir ajustando até conquistarem as primeiras vagas.

E aí, quem você acha que se saiu melhor? Qual dos grupos chegou mais perto de conquistar a vaga dos sonhos?

Se você acredita que foi o primeiro grupo, aquele que passou várias sessões desenhando a vaga ideal, você está enganado.

E isso tem uma explicação simples: carreira não se desenvolve na teoria, nem se constrói só com planejamento ou projeção. Ela acontece com execução.

Carreira é uma sucessão de erros, acertos, tentativas, fracassos e conquistas. E é exatamente assim que deve ser. Porque só em movimento é que a gente confirma o que funciona para nós, e o que era pura fantasia.

Essa abordagem é a base de um livro que sempre recomendo: Design da Sua Vida, dos autores Bill Burnet e Dave Evans, que já comentei outras vezes tanto em posts quanto no meu próprio livro.  Mesmo antes de conhecê-lo, intuitivamente, eu utilizava esse processo na minha própria carreira. Sonhar com a vaga ideal, sem contato com a realidade do mercado, é uma armadilha comum e fonte de frustração para muita gente.

Disclaimer: Para evitar mal-entendidos, preciso confidenciar que essa situação dos dois grupos não aconteceu. Eu nunca poderia propor uma atividade como essa, por acreditar justamente no oposto. Carreira é jornada. É ação. É colocar a mão na massa e aprender fazendo.

A Gworker Letter de hoje foi inspirada em um estudo citado pelo autor Daniel Pink (quem quiser saber mais, está no seu livro Drive/ Motivação 3.0), que descreve um experimento com estudantes de cerâmica. Uma turma foi orientada a criar a “peça perfeita”. A outra, a produzir o maior número de peças possível. No fim, adivinha? As melhores obras vieram justamente do grupo que produziu mais. Porque testar, errar e corrigir é o que constrói a excelência.

Com carreira é a mesma coisa!

Não espere a vaga ideal cair do céu. Não espere ser recrutado porque um “especialista”, simplesmente reescreveu o seu “currículo matador”. Não espere estar 100% pronto! (acho que esse terceiro ponto é o que mais nos paralisa. Cuidado com essa armadilha!). Desafie-se, saia de casa (ou de sua zona de conforto), planeje, teste hipóteses, converse com pessoas, experimente realidades, aplique para as vagas, execute!

Você pode encontrar o método que eu falo aqui, em detalhes, no meu livro Global Workers: Escolha seu melhor futuro,  lançado em março pela Editora Gente.

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